terça-feira, 20 de abril de 2010

Lyoto x Shogun: o embate entre dois estilos vitoriosos

Por Ciro Barros

Evento esperado desde 24 de outubro de 2009, o novo combate pelo UFC 113 no dia 8 de maio entre Lyoto Machida e Maurício Shogun, que vale a disputa da categoria meio-pesado, promete ser uma disputa muito acirrada. De um lado, temos Machida como o campeão incontestável na categoria mais disputada do UFC, o lutador menos atingido do torneio, com uma média impressionante que chegou a um soco a cada três rounds. De outro vemos Shogun, que vem motivado principalmente pela sua mudança de sparring e seu aperfeiçoamento no Muay Thai, praticado com um dos maiores especialistas do mundo, Glauber Barbosa.

Shogun considera o embate como uma esperada revanche, principalmente pela decisão tardia e contestada do juiz no UFC 104, no ano passado: “Eu realmente ainda acho que venci. Mas tento não pensar nisso para me desconcentrar. Tento sempre focar a próxima luta. Mas tem uma coisa que me deixa muito mordido é o juiz ter dito que mudou de ideia depois da luta”, frisou o desafiante em entrevista ao portal Abril, dizendo ainda não ter compreendido o critério do juiz. Lyoto, por sua vez, destaca que fez o seu trabalho, aproveitou deslizes de Shogun, como alguns momentos da luta em pé por exemplo, e mereceu a vitória.

Trata-se, sem dúvida, de um grande combate entre dois grandes lutadores, talvez os melhores da categoria, junto com Rampage Jackson e o brasileiro Antônio Rodrigo “Minotouro” Nogueira. Contudo, a imprevisibilidade de Lyoto é certamente um diferencial. O paraense é um lutador que consegue controlar com grande maestria o ritmo da luta, imprimindo sempre o que mais lhe interessa e sendo quase sempre fatal nos momentos decisivos.

Machida possui diversos golpes inusitados em seu acervo, que vão desde modalidades do Karatê, até estilos mais remotos como o Aikido – além de ter crescido também no Wrestling. Por outro lado, o Jiu-Jitsu é o carro-chefe de Mauricio “Shogun” Rua, junto ao Muay Thai, o que faz dele um lutador completo e elogiado por grandes nomes do vale-tudo, principalmente por sua agressividade e técnica mesmo sob pressão.

Machida e Shogun duelam em estilos opostos: a frieza e inteligência, de um lado e a agressividade e força do outro. Confesso que o primeiro me agrada mais, ainda mais quando realiza aqueles movimentos nada ortodoxos. O que vai prevalecer? No dia 8 de maio todos saberemos. Vamos aguardar!

De volta pra casa

Por Miguel Roncada Haddad

O recente fato no qual o lutador Anderson Silva foi acusado de ato desrespeitoso perante seu último adversário, Demian Maia, parecem já ter sido esquecidos pelo público e pela organização do UFC (Ultimate Fighting Championship), que anunciou a volta do atual campeão dos médios agosto.

Como contamos no post anterior, Anderson Silva, ou “The Spider”, como é conhecido, causou um constrangimento enorme ao público no UFC 112 de Abu Dhabi, provocando o adversário de forma grosseira e antidesportiva, ato que foi condenado por todos que assistiam (que até vaiaram) e principalmente pelo nome mais importante na organização do evento, Dana White.

A informação de que Anderson Silva voltaria a lutar foi dada pelo próprio Dana White, o evento, será o UFC 117 e o adversário Chael Sonnen (foto), grande lutador de greco-romana e que aspira uma vaga na Câmara dos Vereadores dos Estados Unidos. A luta seria válida pelo título dos médios, porém, o próprio Dana já avisou: “Se ele repetir o que aconteceu em Abu Dhabi, será cortado”, portanto, esse combate soa como uma nova chance de o curitibano recuperar seu prestígio diante dos organizadores.

O Aranha é um grande lutador, e sem a vontade sanguinária presente em vários lutadores brasileiros, o UFC fica sem graça, ou alguém liga a televisão para assistir uma luta branda e tranquila? Porém, as bases das artes marciais dão muito valor ao respeito e à desportividade. Portanto, a organização deixa clara a ideia de que é para o Anderson massacrar seus adversários, mas com respeito.

O peso das provocações

Por Ciro Barros

Dancinhas e provocações são comuns em diversos esportes. Recentemente, por exemplo, no futebol, o time do Santos vem deitando e rolando e, a cada gol, uma nova dança que quase sempre acaba sendo encarada como um desrespeito pelos adversários. No mundo do MMA, não é diferente, isso também acontece e Anderson Silva é a bola da vez. O lutador brasileiro brincou e tripudiou de Demien Maia no UFC 112, fez caretas em cima do octógono, algo que, aliás, já é comum em suas lutas, e viu Dana White, indignado, declarar publicamente o repúdio às atitudes, sair no quarto assalto e afirmar que teve vergonha de entregar-lhe o cinturão de campeão dos médios, mesmo ao quebrar o recorde da franquia mais popular do planeta.

Essa popularização certamente se relaciona às atitudes do brasileiro. A espetacularização do mundo da luta é só um reflexo de um movimento que vem ocorrendo em quase todos os cantos do esporte e há quem veja nisso uma marca do show biz. Em alguns treinos que fiz, já vi quem aprovasse o show, quem ficasse maravilhado vendo, por exemplo, um Mike Tyson da vida soltar um direto em seu oponente em plena pesagem ou aqueles lutadores que entravam nos ringues vestidos de personagens, como o do filme Pânico. O grande público (principalmente aquele não-praticante das artes marciais) parece aprovar esse tipo de coisa que incita rivalidades, certamente.

Agora entre os lutadores, o papo é outro. Anderson Silva foi atacado de todos os lados. Belfort praticamente implorou em seu twitter uma luta com o “Aranha” e até mesmo a lenda Randy Couture reprovou a atitude do brasileiro, dizendo que aquilo não demonstrava capacidade. É verdade, porém, que Demian Maia também o provocou, mas a reação foi extremamente desproporcional. Não é digno de um campeão tripudiar sobre o derrotado: estamos falando aqui de dois superatletas profissionais que tem, se não o maior, um dos maiores regimes de treinamento do planeta, comparável a soldados. No mínimo deve-se respeito ao oponente. Desvirtuar a luta com artifícios desta natureza suscita a crítica mais comum feita ao MMA enquanto esporte: a de não se tratar de uma disputa técnica entre praticantes de artes marciais, mas antes de uma disputa passional feito como um espetáculo em cima do ringue.

A disciplina é essencial em qualquer arte marcial e ela inclui um processo de libertação do ego. No combate, vencer basta, ou pelo menos deveria bastar. E muito mais do que a vitória, busca-se consolidar o processo que conduziu à vitória. Isso de forma alguma mancha a capacidade de Silva, que quebrou recordes de lutadores como Matt Hughes e Tito Ortiz, mas ofusca a sua imagem como atleta. Quem disse que a postura não influencia no atleta? Por que Michael Jordan é o que é? O próprio Belford rodou o mundo, ficou quase dez anos invicto com o time memorável do Jiu-Jitsu do lendário Carlson Gracie e nem por isso se portava dessa maneira. Chorou quando o velcro da luva pegou no olho de Randy Couture, mesmo campeão mundial.

Está certo que luta é o contato direto com a disputa, mas vencer não pode apagar os princípios da arte marcial. Em nenhuma circunstância.

Confira abaixo trechos da luta entre Anderson Silva x Demian Maia e julgue você mesmo se o Spider Man ultrapassou os limites:



segunda-feira, 19 de abril de 2010

The Main Event

Por José Edgar de Matos

Bem-vindo ao Blog The Main Event. Neste espaço, divulgaremos todas as novidades e principais notícias sobre o esporte que mais ganha espaço na mídia nos últimos anos: o MMA (traduzido do inglês como Artes Marciais Mistas). Disputado em arenas luxuosas e contando com grande apelo popular, especialmente nos Estados Unidos, esta luta une os competidores mais completos do planeta dentro de um octógono, onde apenas um sairá com a glória da vitória e, posteriormente, do cinturão.

E, embora tenham ganhado espaço no Brasil apenas nos últimos anos, nossos atletas se notabilizaram como membros da elite, como por exemplo o curitibano Anderson Silva (foto), atual campeão dos médios. Desde a primeira edição do UFC (Ultimate Fighting Championship), atualmente o maior evento deste esporte e que teve como vencedor Royce Gracie, os lutadores nacionais tornaram-se ídolos nos Estados Unidos. Mas apenas agora, estes ‘super-homens’ foram reconhecidos em território verde-amarelo. E para acompanhar este crescimento de popularidade, eis que surge o Blog The Main Event.

Para inaugurar este espaço, a equipe formada pelos alunos Ciro Barros, José Edgar de Matos e Rafael Chiang, do terceiro ano de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, exemplificará em uma pequena mostra o que é esta modalidade, que aparenta ser violenta e ignorante, mas que ressalta a técnica e a garra destes, literalmente, lutadores.


Enquete



Quem vencerá a luta no UFC 113?

Lyoto Machida

Mauricio "Shogun" Rua












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